8.13.2008

Norte Pobre

O Norte, a par da Madeira e dos Açores, são as regiões do país com valores mais elevados da taxa de risco de pobreza, depreende-se do inquérito às despesas das famílias 2005/06, ontem divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Se a pobreza se atenuou face a 1999, os rendimentos não monetários atenuaram o fenómeno da pobreza e da exclusão social. Em 2005, esses rendimentos representaram 19,2 por cento do rendimento.

O estudo partiu de uma amostra de 10.403 famílias retirada de uma base de alojamentos familiares usada pelo INE na realização dos inquéritos às famílias. A análise sobre a pobreza parte de um limiar convencionado pela Comissão Europeia (60 por cento do rendimento que divide a população em duas partes iguais), abaixo do qual se considera que uma família está em risco de cair na pobreza. Em 1999, em Portugal, esse valor era de 5170 euros anuais (a preços de 2005) e havia 18 por cento da população em risco de pobreza, ou seja, com rendimentos inferiores a esse limiar. Passados seis anos, o valor passou para 5794 euros e abrangeu 16 por cento da população. Considerando-se apenas os rendimentos monetários, a população em risco subia para 18 por cento. Entre 1999 e 2005, as desigualdades atenuaram-se ligeiramente. Mas o estudo ontem divulgado acrescenta informação sobre as discrepâncias regionais.

As regiões autónomas insulares foram as que assumiram, em 2005, os valores mais elevados de população em risco de cair na pobreza. A Madeira tinha 19 por cento da população e os Açores 21 por cento. No continente, a Região Norte detinha um risco de penetração da pobreza em 19 por cento da população. O Alentejo, com 17 por cento, ficou ligeiramente acima da média nacional, o Centro coincidiu com essa média e Lisboa e Algarve ficaram mesmo abaixo (respectivamente 12 e 13 por cento). Não existiu, contudo, uma relação entre os níveis de risco de pobreza e de desigualdade social. Apesar de possuir dos valores mais baixos de pobreza, Lisboa está no topo das desigualdades sociais, juntamente com a região autónoma dos Açores. A região menos desigual é a do Alentejo, seguida da Madeira, a Região Centro e o Algarve. Mas a pobreza foi fortemente atenuada pelos rendimentos não monetários. Em todas as regiões, verificou-se que o peso dessa parcela de rendimento foi semelhante (entre 17 a 23 por cento). Mas contribuíram diferentemente para a atenuação da pobreza - o maior impacte verificou--se na Madeira, Algarve e no Centro. Em seis anos, o rendimento monetário médio líquido mensal passou de 1625 euros (a preços de 2005), para 1845 euros. Ou seja, cresceu a uma taxa anual de 2,1 por cento. Por regiões, o Alentejo assumiu o valor mais mais baixo (82,6 por cento do valor nacional) e a seguir surgiu a Região Norte (89,9 por cento) e a Centro (90 por cento).

in Público

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7.28.2008

FMI diz que fim da crise de crédito nos Estados Unidos não está à vista

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou hoje que não há fim à vista para a recessão do mercado imobiliário norte-americano, tendo alertado para o facto de que a deterioração das condições de crédito para os consumidores e para a Banca poderá prolongar um período de lento crescimento económico.Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira Global hoje divulgado pelo FMI e citado pela agência Bloomberg, "de momento, não é visível um fundo para o mercado imobiliário [dos EUA]", tendo acrescentado que "travar o declínio do mercado imobiliário dos Estados Unidos é necessário para a estabilização dos mercados, uma vez que isto iria ajudar à recuperação tanto das famílias como das instituições financeiras."

O FMI, que há um ano não conseguiu prever a profundidade que iria assumir o colapso do mercado de hipotecas de alto risco nos EUA (denominado de 'subprime'), manteve a sua previsão avançada em Abril de perdas na ordem do bilião (1 000 000 000 000) de dólares por causa desta crise. A instituição nota ainda que, embora as autoridades norte-americanas tenham ajudado a conter as perdas financeiras, "os riscos de crédito permanecem elevados" e os bancos precisam de realizar mais aumentos de capital.

Até à data, as amortizações de activos e perdas relacionadas com a crise de crédito ascenderam aos 469 mil milhões de dólares, tendo sido realizados aumentos de capital no montante de 345 mil milhões de dólares.

O FMI afirma ainda que as decisões da Reserva Federal dos Estados nidos de alargar a sua janela de crédito a firmas de Wall Street "conseguiu conter os riscos para o sistema", ebora a fraqueza do mercado imobiliário ameaçe prolongar a crise."A principal preocupação é de que, com o incumprimento e as execuções de hipotecas a aumentarem fortemente nos EUA, enquanto os preços das casas continuam a cair, a deterioração do crédito está a tornar-se mais extensa".

In Diário Económico

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