10.31.2006

Director do IVA utiliza email da DGCI em angariação de fundos para a banda

O director de serviços do IVA e presidente da Assembleia Municipal de Freixo de Espada à Cinta, Nunes dos Reis, decidiu utilizar o email da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) para angariar fundos para a banda musical da terra onde é autarca.

Na mensagem que é enviada aos seus colegas da DGCI, Nunes dos Reis começa por admitir que não pediu autorização para utilizar o email institucional do fisco, mas diz-se convicto que não "seja um abuso". Depois, começa a justificar o pedido: "A Banda é um dos poucos veículos de cultura que existem em Freixo e é constituída, na sua maioria, por jovens que nela dão azo, dum modo materialmente desinteressado, à divulgação da música e ao entretenimento saudável das populações."

Ora, tendo em conta as recentes intempéries, a banda sofreu prejuízos "num montante que se cifrará em cerca de 150.000 euros". Assim, Nunes dos Reis, solicita a ajuda dos seus colegas "por pequena que ela seja, no sentido de criar as condições para que a Banda de Freixo, no próximo Natal, possa reiniciar as suas actuações, com novos instrumentos e com novas fardas".

In Publico

10.20.2006

Ponto de viragem no ciclo?



O cenário macroeconómico global gera um crescente desassossego entre a comunidade de investidores, discutindo-se a intensidade do arrefecimento em curso nos EUA, as probabilidades de um soft-landing e a capacidade de resistência dos restantes grandes blocos económicos, nomeadamente da Zona Euro. Consideramos elevada a probabilidade de um desenlace feliz. Ou seja, os EUA abrandarão para um patamar de expansão abaixo do potencial mas ainda assim confortável; o Japão prosseguirá uma caminhada de expansão num processo aparentemente auto-sustentado, mas na realidade, muito apoiado no contágio da economia chinesa; finalmente, as economias da UEM, lideradas pela Alemanha, revelam-se mais robustas, capazes de suster um abrandamento externo, facto para o qual contribui a melhoria no mercado de trabalho.

No entanto, em 2007 parece inevitável um abrandamento, fruto sobretudo do efeito progressivo de taxas de juro mais elevadas e também decorrendo do ajustamento em curso no mercado imobiliário dos EUA. A adopção de políticas fiscais mais restritivas na Zona Euro, salientando-se o aumento da taxa de IVA na Alemanha, terá uma repercussão negativa sobre a actividade económica, ainda que pontual. Recorde-se a revisão em baixa das previsões da Comissão Europeia para o primeiro trimestre de 2007, de um crescimento trimestral de 0,5% face ao trimestre anterior para 0,25%.

Ilustrando a forte incerteza e a divergência de opiniões entre observadores mais atentos e a necessidade de moderação aquando da formação de cenários, atente-se, por exemplo, nas expectativas que as grandes casas de research internacionais têm para as taxas de juro da Reserva Federal. Só para citarmos três exemplos, a Goldman Sachs antecipa cortes de 125 pontos no próximo ano, a Morgan Stanley afirma que a Reserva Federal vai ainda aumentar a taxa dos fed-funds no início de 2007 e o Paribas defende um corte nos juros até final deste ano. Para a Zona Euro existe mais consenso, pois ainda há algum espaço até se alcançar uma política mais neutral. Ainda assim, há quem defenda que a refi-rate possa ir até aos 4% em 2007, e há quem pense que o BCE irá parar nos 3,5%.

A tomada de posição sobre o cenário de médio prazo constitui uma questão fundamental, dado que é no cenário macroeconómico que assenta a formação de previsões para o andamento dos mercados e das principais variáveis financeiras. Impõe-se, por isso, uma tomada de posição, difícil num ambiente de incerteza e de aparente inflexão do ciclo. Tanto mais que os riscos para o crescimento são quase todos negativos, impondo cautela aquando da formação de cenários.
Este raciocínio aplica-se também à economia portuguesa, sobretudo sendo uma pequena economia aberta, muito vulnerável aos ventos que sopram do exterior e debilitada pela necessidade de correcção de desequilíbrios estruturais importantes. Sem dúvida que o actual enquadramento é mais positivo; o ponto de inflexão da economia portuguesa aconteceu este ano (2006). Por um lado, em 2005 ocorreu uma acentuada revisão em baixa das expectativas dos agentes económicos, possibilitando uma recuperação moderada desde então; por outro lado, o forte crescimento das economias externas e o re-direccionamento das exportações para mercados com elevado crescimento, têm possibilitado que a expansão em 2006 ocorra pela via mais saudável, ou seja, assente na procura externa líquida. Além da surpresa positiva das exportações, o mercado de emprego apresenta sinais de melhoria e, aparentemente estamos perante o início de uma tendência de redução ligeira da taxa de desemprego, permitindo antever uma ligeira aceleração do consumo privado.

No entanto, parece-nos que ainda é cedo para antecipar cenários demasiado optimistas. O ponto mais baixo do ciclo poderá já ter sido ultrapassado, mas a economia não curou ainda as suas deficiências mais profundas, que fazem prever que continue a crescer abaixo da média histórica nos tempos mais próximos. O petróleo está mais barato, mas provavelmente será conjuntural; as taxas de juro do euro vão aumentar mais, e as famílias portuguesas são das mais endividadas na UEM, a maioria com custos de financiamento indexados à Euribor; a UEM vai arrefecer, ainda que ligeiramente, e Portugal direcciona para a Zona Euro cerca de 80% das suas vendas ao exterior. Finalmente, e tendo em conta o trajecto estabelecido no PEC, pelo menos até 2008 continuará o esforço de contenção do défice público, que em 2007 deverá ser sobretudo alcançado pela via da despesa pública. Ora, parece-nos que também este esforço ainda não estará totalmente reflectido no comportamento actual dos agentes económicos privados.

Paula Carvalho
Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI

10.10.2006

Phelps, de contador de gatos a Nobel da Economia


O Prémio Nobel da Economia 2006 foi atribuído ao norte-americano Edmund S. Phelps, anunciou, em Estocolmo, a Real Academia Sueca de Ciências.
Aos 73 anos, Edmund S. Phelps, professor da Universidade de Columbia, foi distinguido pelo seu contributo para a análise de "trade-offs" intemporais na política macroeconómica.
Edmund Phelps chamou a atenção para os diferentes efeitos de curto e longo prazo das políticas macroeconómicas.
A Academia Sueca explica que os estudos deste professor deram um importante contributo para o avanço da ciência económica e a definição de políticas económicas.
As investigações de Edmund Phelps, prossegue a academia, explicam nomeadamente como é que diferentes políticas económicas influenciam, por exemplo, o nível de emprego, a taxa de inflação, os investimentos ou a poupança privada. (in TSF)
Phelps ganhou a corrida deste ano a nomes como Paul Krugman e Robert J. Barro. Nascido no Verão de 1933, nos piores tempos da Depressão, viu como os seus pais perderam os seus empregos e sobreviveu precariamente.
Tinha quatro anos quando, nos seus passeios vespertinos, o seu pai lhe mostrava os diferentes modelos de automóveis. Aos sete anos fez um estudo, admirado por todos, contando os gatos que viviam no complexo de apartamentos da sua família.

10.02.2006

Porto em último na competitividade


A cidade de Évora é a mais competitiva das 18 capitais de distrito portuguesas, à frente de Lisboa, enquanto o Porto ocupa o último lugar da lista, revela um estudo a que a agência Lusa teve acesso.
O estudo, elaborado em co-autoria por Paulo Mourão, professor do Departamento de Economia da Universidade do Minho, e o economista Júlio Miguel Barbosa, aplicou às capitais de distrito portuguesas o mesmo método que o Fórum Económico Mundial utiliza para elaborar anualmente o «ranking» da competitividade mundial.
Os autores construíram um Índice de Competitividade das Cidades Capitais de Distrito (ICC) do continente português, que coloca Évora, mesmo quando comparada com as suas congéneres do litoral, como a mais competitiva nas dimensões demográfica, empresarial e de conforto.
Já o Porto, uma cidade historicamente relevante, situada no litoral, apresenta uma menor vantagem na competitividade empresarial, demográfica e do conforto, superando Évora ao nível da competitividade laboral, que está ligada a «um maior número de oportunidades de trabalho em grandes unidades produtivas».
Para compor o índice de competitividade global, o ICC, os autores utilizam quatro sub-índices, que medem a competitividade laboral, a empresarial, demográfica e de conforto e basearam os cálculos no Atlas das Cidades de Portugal, publicado pelo Instituto Nacional de Estatística em 2002.
Para determinar a competitividade empresarial, os autores do estudo têm em conta o volume de negócios no comércio, a capacidade de alojamento média e a taxa bruta de ocupação de cama nos estabelecimentos hoteleiros, as licenças para construções novas e para habitação e o número de visitantes por museu.
É neste critério que Évora conquista a melhor nota, com um índice de 6,9 pontos. No entanto, o conforto e a demografia também jogam um papel importante na posição da cidade.
Assim, as variáveis densidade populacional, a taxa de crescimento da população, a idade média dos residentes, a esperança média de vida, a taxa de mortalidade infantil e a percentagem de recolha de resíduos sólidos urbanos - indicadores que compõem o sub- índice de competitividade demográfica - são também melhores em Évora do que nas restantes capitais de distrito.
Tal como o indicador de conforto, que agrega dados estatísticos como os números de pessoas e de divisões por alojamento, de alojamentos sem pelo menos uma infra-estrutura básica, alojamentos familiares vagos e de edifícios exclusivamente residenciais, que obtém a melhor pontuação em Évora, de 6,6 pontos.
É só na competitividade laboral - que inclui a taxa de desemprego, o número de trabalhadores das empresas existentes e o número de empresários em nome individual - que Évora fica a perder em relação às restantes capitais de distrito, com uma nota de 4,8 pontos.
Já no caso do Porto, a cidade menos competitiva do país, o sub-índice laboral é claramente superior ao de Évora, com uma nota de 5,5 pontos.
Nos outros três indicadores (empresarial, demográfico e de conforto), o estudo refere que o Porto perde para Évora, pois apresenta valores inferiores (3,114 pontos, 4,968 pontos e 3,270 pontos), respectivamente.

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